Mikaelli Andrade

Mikaelli Andrade
Cachoeira Brejão/Coribe-Ba
”A água é o sangue da terra. Insubstituível. Nada é mais suave e ,no entanto , nada a ela resiste. Aquele que conhece seus princípios pode agir corretamente, Tomando-a como chave e exemplo. Quando a água é pura, o coração do povo é forte. Quando a água é suficiente,o coração do povo é tranquilo.” Filósofo Chinês no século 4 A.C

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"As preocupações ambientais contemporâneas originaram-se da percepção da pressão sobre os recursos naturais causadas pelo crescimento populacional e pela disseminação do modelo da sociedade de consumo"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Estamos queimando o Brasil: Estado de Emergência Climática

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  Tem 26.500 focos de incêndios em        quas e todos os Estados brasileiros, Na  Amazônia o Arco do Desmatamento, que vai do Pará a Rondônia é como uma flecha flamejante no coração da Amazônia. As emissoras de TV se aproveitam das imagens dramáticas de animais mortos e tufos enormes de fumaça subindo aos céus. No entanto, pouco se vai a fundo em quem são os responsáveis, a quem interessa esta sandice criminosa não apenas com a Amazônia, mas com todos os biomas brasileiros. O Cerrado também está em chamas. É preciso ir atrás dos criminosos e os expor à execração pública. Mas não, o tema é tratado quase como uma fatalidade. Um acontecimento sazonam previsível e inexorável.

O Brasil está em um Estado

de Emergência Climática. Estamos emitindo milhares de toneladas de gases de efeito estufa sem nenhum controle e sem que isso sirva à sociedade brasileira. Quando ligamos uma termelétrica e emitimos CO², é ruim, mas ao menos estamos gerando eletricidade para acender lâmpadas, ligar geladeiras ou ouvir música. Mas o que ligamos ao queimar a floresta? Na verdade, desligamos. Desconectamos o bom senso, deixamos de lado os compromissos com o amanhã e passamos por cima do esforço de milhares de brasileiros e empresas que estão investindo na redução de sua "pegada de carbono". Damos um tapa na cara das pessoas que deixam seus carros em casa e vão ao trabalho no transporte público, a pé ou de bicicleta. Desligamos o Brasil de seus compromissos internacionais de redução de emissão de gases estufa.

O que mais será preciso para que acordemos dessa letargia em berço esplêndido? Estamos em pleno processo eleitoral e não há comícios, debates, discussões acaloradas sobre o país que queremos, o modelo de desenvolvimento ou como deve ser a gestão disso ou daquilo. As pessoas se recolheram à vida privada e abandonaram os interesses públicos. As queimadas no Brasil são um escândalo ambiental tão grande ou maior do que o desastre da BP no Golfo do México. Milhões de indivíduos da flora e fauna estão morrendo. Não apenas ameaçados, mas morrendo pelo descaso de uma espécie suicida. As cidades no caminho da fumaça estão vivendo dramas humanos de fazer chorar. Crianças morrem sem conseguir respirar. Idosos que poderiam curtir netos por muito tempo estão morrendo por puro descaso não apenas dos governos, mas da sociedade brasileira com a vida.

O Brasil e sua cidadania precisam dar um basta a isso. É preciso parar de queimar o futuro não apenas do País, mas do Planeta em uma atitude absolutamente mesquinha de alguns e da incompetência de outros. Se há um momento em que o Exército deve sair dos quartéis e travar uma guerra é agora. É preciso combater o fogo onde quer que ele esteja. Não é possível continuar a assistir o fogo no Jornal Nacional e, em seguida, passar para a cotação do dólar e para o caso de amor da celebridade de plantão. Como se o incêndio que se alastra pelo País fosse apenas uma notícia de jornal.

Queimar a floresta leva a um profundo desequilíbrio do cliclo hidrológico brasileiro e nos atira em um circulo vicioso onde queima porque não chove e não chove porque queima.

É tempo de eleição. Vamos acordar e votar de forma correta, analisando o Brasil que temos e o Brasil que queremos. É tempo de indignação. Estamos queimando o Brasil. Temos de fazer protestos sobre isso, Grandes protestos que arranquem governantes e políticos de suas mesquinhas agendas eleitorais e os façam se dedicar a resolver esta emergência nacional.

(Agência Envolverde)

Fonte: Portal do Meio Ambiente


Educação Ambiental: O papel da Escola no desenvolvimento de atitudes e valores para uma conscientização ambiental


É tão comum nas escolas se fazerem projetos que envolvem o tema lixo quanto o fato de que esses projetos só mudam atitudes dos alunos enquanto ele acontece! Tudo volta como era antes, dizem os professores, referindo-se ao descaso dos alunos com as questões ambientais. Se durante o projeto os alunos se preocupam em fiscalizar todos para que não joguem lixo pelo chão, para que diminuam a quantidade de lixo produzida ou mesmo que façam a coleta seletiva, quando o projeto acaba todas as velhas atitudes de descaso com o ambiente voltam a acontecer na escola e fora dela.

Pensando em evitar situações como essas que nos preocupamos em colocar no currículo das escolas o tema ambiente de forma tal que ele esteja relacionado a outros temas e não seja tratado de forma pontual. Isso significa, por exemplo, incorporar estudos do ambiente urbano aos conteúdos de ciências no ensino fundamental e aos de biologia no ensino médio. Consideramos que os alunos só irão deixar de desperdiçar materiais, fazendo escolhas conscientes no seu cotidiano que possam influir numa melhoria da qualidade de vida, se perceberem que fazem parte do ambiente. Se perceberem que fazendo trocas com ele a todo o momento quando usam determinados materiais do ambiente e depositam nele outros, estão alterando as características desse ambiente. Não é fácil de eles perceberem que essas alterações podem, de uma maneira ou de outra, prejudicar a qualidade de vida do ser humano. Essa percepção precisa ser planejada e não acontece naturalmente.

Compreender que os caminhos que esses materiais seguem na natureza alteram as características do ambiente é fundamental para podermos criar situações de aí, sim, discutir possíveis intervenções. Essa dinâmica da vida é esquecida quando se trata dos problemas ambientais como se estes fossem distantes do dia a dia dos estudantes. Assim se estudam, respeitando o nível cognitivo que o aluno está, as situações que o esgoto causa quando lançado na água sem tratamento, mas não se incorpora nesses estudos qual é a participação de cada um na produção desse esgoto.

Os alunos acabam concluindo que os problemas ambientais estão longe dele e que só os ecossistemas, dito naturais, é que precisam ser conservados. Os ambientes construídos, os urbanos, não. É comum os alunos saberem que numa visita a uma reserva de mata não devem jogar restos de alimentos ou embalagens vazias pelo chão, mas também é comum os alunos terem essas mesmas atitudes na escola ou na sua própria casa. Costuma não ser colocado em discussão na classe o que esses materiais dispostos no ambiente, quer seja urbano ou não, possam alterar suas características e o que isso resulta, por exemplo, em alteração de alguma cadeia alimentar local que possa trazer alguma consequência que perturbe o equilíbrio natural. Isto é, não se estudam fatos corriqueiros do cotidiano como o de que quando deixamos um prato com restos de comida na sala estamos colaborando para aumentar a população de baratas ou de formigas detritívoras! É bom para quem ter atitudes como essas?

Tendo claro onde queremos chegar podemos planejar nossas aulas tendo como preocupação constante a melhoria da qualidade de vida. Assim não basta querermos que os alunos aprendam os conteúdos tradicionais da biologia, seja no ensino fundamental ou médio, estando preocupados somente com os conceitos conceituais propriamente ditos, precisamos é fazer os alunos usarem esses conceitos sempre pensando no ambiente como um todo e não esquecendo de colocarmos em discussão a relação entre os seus procedimentos e esses conteúdos. Não basta, por exemplo, trabalharmos em sala de aula, até usando boas estratégias de ensino, o modo de vida dos fungos sem estarmos preocupados em incorporar a esses estudos o cotidiano dos alunos e como ele pode usar esse conteúdo para resolver um problema como, por exemplo, porque seu sapato não pode ser guardado úmido no armário! Seguindo o mesmo raciocínio um aluno só tem condições de entender que não deve usar produtos de limpeza de forma exagerada se compreender o caminho que esses mesmos produtos tomam na natureza e o que podem ocasionar nela.

É importante, portanto, estarmos atentos na escolha do currículo que queremos atender. As boas escolhas que os alunos irão fazer na vida dependem das boas escolhas que fazemos ao planejar nossos fazeres na sala de aula.

Autora Olga Santana

Fonte: Portal do Meio Ambiente

sábado, 28 de agosto de 2010

Brasileiros descobrem que o ar pode gerar energia elétrica

Pesquisa da Unicamp revelou que umidade na atmosfera transmite cargas para metais

Um experimento realizado por cientistas brasileiros demonstrou que a água na atmosfera pode adquirir cargas elétricas e transferir energia para outros materiais. Com essa descoberta, os cientistas tentam agora desenvolver técnicas para coletar a eletricidade diretamente do ar, que seria utilizada para abastecer residências, fábricas e até veículos.
Durante muito tempo a ciência considerou que as gotículas de água na atmosfera eram eletricamente neutras. Para demonstrar o contrário, os pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) utilizaram partículas minúsculas de sílica e de fosfato de alumínio. A equipe descobriu que, na presença de alta umidade, a sílica se torna mais negativamente carregada, enquanto o fosfato de alumínio ganha carga positiva.
O nome que os cientistas deram para essa energia, segundo o coordenador do estudo, o professor Fernando Galembeck, foi “higroeletricidade”.
- Com um dispositivo simples, conseguimos verificar que é possível gerar voltagem a partir da umidade do ar. Essa prova conceitual poderá abrir caminho, no futuro, para que se possa usar a eletricidade da atmosfera como uma fonte de energia alternativa. Mas ainda não podemos prever quanto tempo levará para desenvolver uma tecnologia desse tipo.
O pesquisador, que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Materiais Complexos Funcionais, apresentou os resultados do estudo na quarta-feira (25), durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston (EUA).
Segundo Galembeck, relatos experimentais do século 19 já consideravam esse fenômeno. No entanto, a ciência ainda não tinha conseguido descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas.
- Mostramos que a adsorção (retenção) do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes ou de metais isolados – protegidos em um ambiente blindado e aterrado – leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em uma intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição.
O grupo da Unicamp percebeu ainda que, além da sílica e do fosfato de alumínio, outros metais também podem adquirir carga.
Longo caminho para a tecnologia
Segundo Galembeck, há um longo caminho pela frente para que essa demonstração de conceito se transforme um dia em aplicações tecnológicas, como dispositivos que coletem a eletricidade do ar e a direcionem para equipamentos elétricos nas casas, de forma semelhante aos painéis que transformam a luz solar em energia.
- De um ponto de vista conservador, eu diria que estamos mais ou menos no ponto em que a energia fotovoltaica estava no começo do século 20. Sabemos que hoje a energia solar tem algumas aplicações, mas a maior parte delas ainda tem alto custo. De uma perspectiva mais otimista, eu diria que o uso da higroeletricidade dependerá essencialmente do desenvolvimento de novos materiais, que é cada vez mais acelerado com os recursos da nanotecnologia. No momento, os cientistas têm duas tarefas principais para fazer com que um dia a nova tecnologia se torne realidade: a identificação dos melhores materiais e a obtenção de dados para aperfeiçoar a técnica de captura da energia elétrica
- Estamos agora trabalhando no levantamento de dados a partir dos materiais que sabemos que funcionam. Por enquanto, são materiais simples como alumínio, aço inox e latão cromado. Provavelmente, não serão esses os materiais usados nos dispositivos do futuro, mas o fundamental agora é fazer o levantamento de dados.

Fonte: Portal R7

Plantas crescem menos com aquecimento global

Ao contrário do que se estimava, elevação nas temperaturas tem reduzido a produtividade nas plantas, segundo análise dos últimos dez anos feita a partir de dados de satélite (Nasa)
O aquecimento global não tem feito as plantas crescerem mais, como se estimava, mas sim menos. Segundo um estudo publicado na revista Science, a produtividade dos vegetais tem decaído em todo o mundo.  Até então, achava-se que as temperaturas constantemente mais elevadas estariam estimulando o crescimento das plantas, mas a nova pesquisa, feita com dados de satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana, aponta o contrário.
O motivo são as secas regionais, indica o estudo feito por Maosheng Zhao e Steven Running, da Universidade de Montana, segundo o qual a tendência na produtividade já dura uma década.
A produtividade é uma medida da taxa do processo de fotossíntese que as plantas verdes usam para converter energia solar, dióxido de carbono e água em açúcar, oxigênio e no próprio tecido vegetal.
O declínio observado na última década foi de 1%. Parece pouco, mas, de acordo com os autores da pesquisa, é um sinal alarmante devido ao impacto potencial na produção de alimentos e de biocombustíveis e no ciclo global do carbono.
“Os resultados do estudo são, além de surpreendentes, significativos no nível político, uma vez que interpretações anteriores indicaram que o aquecimento global estaria ajudando no crescimento das plantas mundialmente”, disse Running.
Em 2003, outro artigo publicado na Science, de Ramakrishna Nemani, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e colegas, havia apontado um aumento de 6% na produtividade global de plantas terrestres entre 1982 e 1999.
O aumento foi justificado por condições favoráveis na temperatura, radiação solar e disponibilidade de água, influenciados pelo aquecimento global, que seriam favoráveis ao crescimento vegetal.
Zhao e Running decidiram fazer novo estudo, a partir de dados da última década reunidos pelo satélite Terra, lançado em 1999. Os cientistas esperavam pela continuidade da tendência anterior, mas verificaram que o impacto negativo das secas regionais superou a influência positiva de uma estação de crescimento mais longa, o que levou ao declínio na produtividade.
Segundo o estudo, embora as temperaturas mais elevadas continuem a aumentar a produtividade em algumas áreas e latitudes mais altas, nas florestas tropicais, responsáveis por grande parte da matéria vegetal terrestre, a elevação nas temperaturas tem diminuido a produtividade, devido ao estresse hídrico e à respiração vegetal, que retorna carbono à atmosfera.
O artigo Drought-Induced Reduction in Global Terrestrial Net Primary Production from 2000 Through 2009 (doi:10.1126/science.1192666), de Maosheng Zhao e Steven Running, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
Fonte: Portal do Meio Ambiente

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Importância dos Sistemas de Matas Ciliares

As matas ciliares são formadas por vegetais que acompanham os cursos de água ou lagos, cumprindo importantes funções na manutenção do regime hídrico da bacia hidrográfica, no sustento da fauna e na estabilidade dos ambientas. As matas ciliares são vegetais protegidas por legislação há mais de 30 anos pela Lei N° 4.771, de 15 de setembro de 1965, mas que mesmo assim vêm sendo inteiramente devastadas, seja para retirada de madeira, para exploração agropecuária ou simplesmente por ação antrópica indiscriminada. O Código Florestal foi instituído nas áreas cobertas ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Estas peculiaridades conferem às matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua preservação.
A legislação brasileira, através da Lei 4.771/65 garantiu a preservação das mata ciliares a partir da criação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens dos cursos de água, assim disposto:
O Congresso Nacional decretou e a seguinte Lei:
Artigo 1° - As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
Parágrafo único - As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas são consideradas uso nocivo da propriedade.
Artigo 2° - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;
3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham 50 (cinqüenta) metros a 200 (duzentos) metros de largura;
4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros;
5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água, naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d’água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45° equivalente a 100% na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras e dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
Parágrafo único - No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.
Essas matas desempenham o papel de filtro, o qual se situa entre as partes mais altas da bacia hidrográfica, desenvolvida para o homem para a agricultura e urbanização e a rede de drenagem desta, onde se encontra o recurso mais importante para o suporte da vida que é a água. As matas ciliares exercem também importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a contaminação com defensivos agrícolas, poluentes, e sedimentos que seriam transportados para o curso d’água além de afetar diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna aquática e a população humana. Em muitos casos, se constituírem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna, sendo importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos, sendo a água o principal fator de erosão dos solos. Mas para controlar e evitar a erosão são utilizadas práticas como:
a-Proteger o solo contra o impacto da água que cai da chuva, ou seja, revestir o solo para que a queda das gotas da chuva seja amortecida. Assim, pode-se diminuir o desprendimento das partículas minerais e organismos do solo. Esta cobertura pode ser constituída da palha, mato selecionado e ceifa do mato.
b-Diminuir a velocidade das águas através do preparo do solo e a adubação verde e orgânica, associadas às estruturas de infiltração forçada de água no solo, com os terraços e caixas de retenção, que provocam uma maior infiltração de água no solo e menor escoamento superficial. Essas medidas também contibuem para a regularização das vazões medidas dos mananciais.
c-Diminuir o volume das águas na enxurrada, pois quanto maior a quantidade de água na enxurrada maior erosão ela provoca. Algumas práticas não deixam as águas se unirem e se avolumarem. As águas são divididas e presas.
Estas práticas de conservação estão divididas em dois grupos:
a-Práticas de caráter mecânico: consiste no deslocamento de massas de solo para obter barreiras físicas que diminuem a velocidade da enxurrada.
b-Práticas de caráter vegetativo: consiste na instalação de material vegetal visando obter não só barreira física para diminuir a velocidade da enxurrada, mas também proteger o solo contra o impacto das gotas de água da chuva e evitar o desprendimento e salpicamento das partículas.
A conjunção desses fatores permite maior ou menor infiltração de água no solo, armazenamento ou escoamento desta em superfície e em subsuperfície, ocorrendo menor erosão do solo. A ação da água, como agente de erosão, depende da quantidade que cai sobre um determinado solo. Se esta for maior de que aquela que pode infiltrar-se, haverá o escoamento superficial denominada de erosão Laminar. Em áreas de encostas, a água superficial escore e vai formando a erosão de ravinamento que são sulcos ou incisões contínuos, estreitos e de pouca profundidade. O escoamento superficial da água somado ao subsuperficial dá origem às voçorocas, isto é, rasgões mais largos e mais profundos do solo do que as ravinas, com laterais bem inclinadas, geralmente com fundo plano ou chato, podendo atingir o lençol freático. Essas áreas são de difícil recuperação, podendo-se apenas controlá-las por meio do desvio superficial da água.
A recuperação das matas ciliares em locais onde a regeneração natural é dificultada pela forte alteração das condições naturais, alem de representar um alto custo para os agricultores que vem na necessidade de manutenção de plantio tornar-se uma das principais razões de elevação dos custos. O uso de sistemas agroflorestais como estratégicas para recuperação de matas ciliares não é permitido pelos órgãos ambientais, em função da ausência de informações sobre as vantagens e desvantagens para esse uso especifico.
Com a perda da vegetação florestal e a conversão do terreno a outros usos ocorrem grandes problemas nas reservas de água doce, colocando em perigo a sobrevivência de milhões de pessoas e prejudicando o meio ambiente. Neste caso as matas ciliares atuam como barreiras protegendo os rios, córregos e nascentes, impedindo que a terra desbarranque ao proteger de terra e lixo, evitando-se o chamado “assoreamento” que ocorre em regiões rebaixadas como o fundo de vales, rios, mares ou qualquer outro lugar em que o nível de base da drenagem permita um processo deposicional de elevação da superfície. Se não houver essa proteção, fatalmente ocorrerá o fim da água, pois ocorrerá o aterramento dos rios. Em áreas urbanas, a mata ciliar é substituída por casas e ruas, resultando em alagamentos em épocas de cheias. Apesar de sua conservação ser garantida por lei, são raríssimos os casos em que os limites estabelecidos tem sido observados.
A mata ciliar vem desaparecendo muito rapidamente devido à ação do homem que ocupa as várzeas com plantações e pastagens, o despejo de enormes quantidades de lixo e esgotos nos rios, a falta de planos para a utilização racional e adequada das florestas, além de agravarem o problema das enchentes, reduzem a produtividade agrícola e provocam o acúmulo de material nas barragens e nos fundos dos rios. Outro problema grave é o desmatamento provocado pelo homem fazendo com que sofra alterações climáticas, pois a vegetação é responsável pela regularização da temperatura e da umidade, além de contribuir para uma melhor ventilação.
A importância das matas ciliares, do ponto de vista do interesse de diferentes setores de uso da terra, são bastante conflitantes. Para os pecuaristas, representam obstáculo ao livre acesso do gado à água; para a produção florestal, representam sítios bastante produtivos, onde crescem árvores de alto valor comercial; em regiões de topografia acidentada, proporcionam as únicas alternativas para o traçado de estradas; para o abastecimento de água ou para a geração de energia, representam excelentes locais de armazenamento de água visando garantia de suprimento contínuo. Sob a ótica da hidrologia florestal, por outro lado, ou seja, levando em conta a integridade da microbacia hidrográfica, as matas ciliares ocupam as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e geomorfológicos. Estas áreas têm sido chamadas de Zonas Ripárias, que estão intimamente ligadas ao curso d'água, mas os seus limites não são facilmente demarcados. As zonas ripárias têm sido consideradas como corredores extremamente importantes para o movimento da fauna ao longo da paisagem, assim como para a dispersão vegetal. A zona ripária desempenha sua função hidrológica através dos seguintes processos:
  • Geração do escoamento direto em microbacias;
  • Quantidade de água;
  • Qualidade da água;
  • Ciclagem de nutrientes;
  • Interação direta com o ecossistema aquático.
Visando buscar soluções para os problemas relacionados à reconstituição, manutenção e proteção das áreas de preservação permanente, tendo como foco as matas ciliares, criou-se um projeto com incentivos do Governo do Estado do Paraná sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA, com a Secretaria de Estado do Planejamento - SEPL e Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento – SEAB, com suas respectivas Instituições vinculadas, e com apoio de um comitê assessor interinstitucional, tendo como prioridades:
  • Ações de recuperação e preservação de matas ciliares em 100 bacias hidrográficas com manancial de captação superficial para abastecimento público;
  • Ações de recuperação e conservação de matas ciliares no entorno de todas as unidades de conservação de proteção integral do Estado e em cada uma das bacias dos rios que integram ao projeto de Corredores da Biodiversidade;
  • Recuperação e preservação das matas ciliares em cada uma das microbacias hidrográficas trabalhadas pelo Programa Paraná 12 Meses;
  • Plantar 90 milhões de árvores de espécies nativas específicas para restauração de matas ciliares;
  • Desenvolver, de forma complementar, à recuperação da mata ciliar, ações de conservação de solos, uso adequado de agroquímicos e saneamento ambiental;
  • Implantar sistema geo-referenciado para monitoramento do projeto Mata Ciliar.
A ação do homem tem provocado uma série de perturbações no funcionamento desse bioma. O manejo das bacias hidrográficas nunca apresentou uma preocupação com a conservação dos recursos naturais renováveis para uma exploração sustentável. A idéia de que recursos abundantes eram considerados inesgotáveis e por isto o ambiente poderia ser explorado livremente, sem nenhuma restrição. O resultado deste processo de degradação e as suas conseqüências ambientais são visíveis em todas as bacias hidrográficas. Com o adensamento populacional próximo aos cursos d’água, a qualidade ambiental das bacias hidrográficas vêm se deteriorando. Para que tal situação não permaneça assim, é preciso realizar medidas de proteção ambiental com planejamentos regionais, nacionais e internacionais, envolvendo a obtenção do conhecimento científico e o esclarecimento de toda a população.
Autora: Fabiane Silva Santos

Fonte: CENED

Nova regra para resíduos sólidos

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal n. 12.305/10, é mais um importante instrumento para a preservação do meio ambiente, ou, ao menos, para minimizar os impactos causados pelos resíduos oriundos dos mais variados produtos e respectivos meios de produção.
É importante salientar que, por ora, a lei não é autoaplicável em razão da falta de regulamentação por decreto, cujo texto deverá ser elaborado, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 90 dias contados a partir de 2 de agosto, quando a norma foi sancionada.
Assim que regulamentada, esta lei será aplicada em consonância com as normas do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro), bem como com as Leis 11.445/07 (saneamento básico), 9.974/00 (embalagens e agrotóxicos) e 9.966/00 (poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas lançadas em águas sob jurisdição nacional), conforme prevê seu artigo 2º.
Vale destacar que esta nova lei federal já vem causando certa preocupação a alguns segmentos empresariais. Por desconhecerem as dimensões de suas exigências, alguns empresários questionam se, na prática, as metas e objetivos poderão ser integralmente alcançados, e se eventuais autuações e respectivas multas poderão ser evitadas, além de já serem levantadas hipóteses de inconstitucionalidade da norma.
Segundo a Constituição Federal, em seu art. 170, inciso VI, a livre iniciativa, ligada a funções e atividades empresariais, deverá respeitar e seguir os princípios voltados à defesa do meio ambiente, levando-se em conta, como principal fator, a extensão do impacto ambiental.
Além deste importante dispositivo, o artigo 225 da Constituição Federal, que trata especificamente sobre o meio ambiente, impõe ao Poder Público e à coletividade (particular) o dever de defesa e preservação do meio ambiente, acabando, assim, por dificultar o acatamento de arguições de inconstitucionalidade acerca desta nova lei.
Cumpre destacar que uma das principais atribuições trazidas pela lei é a "logística reversa", a saber, "um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada" (v. inc.XII, art. 3º).
De fato, a logística reversa é uma das principais preocupações do setor empresarial.
Buscando exemplificar a viabilidade da aplicação da logística reversa, cujos procedimentos são semelhantes aos das "unidades receptoras de resíduos", criadas pela Lei da Política Estadual dos Resíduos Sólidos (n. 12.300/06), do Governo de São Paulo, vale mencionar a iniciativa da empresa multinacional Motorola, que instituiu um programa denominado "Ecomoto".
Este programa é uma ação ambiental mundial, em que a empresa coleta, recupera e recicla baterias, aparelhos celulares, rádios bidirecionais e acessórios, além de pequenos dispositivos eletrônicos. Ou seja, a empresa Motorola, por exemplo, vislumbrando a necessidade de salvaguardar o meio ambiente e adaptar suas atividades e processos às diretrizes ambientais que vêm sendo progressiva e globalmente adotadas, implementou esta medida pioneira, merecedora de destaque quando o assunto é preservação e sustentabilidade.
Portanto, a "logística reversa", prevista na Lei Federal n. 12.305/10, acaba por ser tida como aceitável e, aparentemente, aplicável, tanto sob o aspecto empresarial quanto sob a análise constitucional, restando claro então seu nobre objetivo de prevenir e recuperar danos e prejuízos, com a necessidade de integração entre União, estados, municípios e particulares, somando-se investimentos e esforços para a satisfação e conservação de um bem maior, que é o meio ambiente.
Fonte:Portal do Meio Ambiente

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mais de 70% das cidades dão fim irregular a lixo

Levantamento constata descaso com tratamento de resíduos sólidos; coleta seletiva só é adotada em 18% dos municípios
Mais de 70% das cidades brasileiras despejam lixo em locais que não são adequados: vazadouros a céu aberto e aterros controlados. Somente 27,7% dão o destino correto aos resíduos sólidos, em aterros sanitários. A forma mais irregular de destinação, os lixões, foi a que menos cresceu nos últimos oito anos, mas ainda é a opção de cinco em cada dez prefeituras (50,8%).
 Entre os municípios com serviço de coleta, o uso dos lixões foi maior nos Estados das Regiões Nordeste e Norte (89,3% e 85,5%). O Estado que mais usa este destino é o Piauí (97,8%), seguido por Maranhão (96,3%) e Alagoas (96,1%). Os Estados que apresentaram menor proporção de municípios que usam lixões são os das Regiões Sul e Sudeste (15,8% e 18,7%).
Embora a opção que mais tenha crescido entre os municípios tenha sido os aterros sanitários, o avanço ainda é muito pequeno. Há 21 anos, apenas 1,1% das cidades usava este tipo de local. Em 2000, aumentou para 17,3% e em 2008, para 27,7%.
"É um absurdo o País ter mais de 70% das cidades sem o condicionamento adequado", afirmou o diretor do Núcleo Interdisciplinar em Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio, o geógrafo Luiz Felipe Guanaes Rêgo. "Despejar lixo em vazadouros polui o lençol freático, entope e provoca o assoreamento dos rios. Para as cidades, entope o sistema de drenagem, além de outras consequências. Ou seja, além de ser um problema para o meio ambiente, afeta a saúde pública. O investimento em aterros sanitários deveria ser prioridade em termos de políticas públicas."
A pesquisa apontou, também, para a existência de catadores de lixo em 27% das cidades que faziam coleta em 2008.Dos 5.564 de municípios brasileiros, apenas 994 faziam coleta seletiva de seu lixo em 2008 - 17,86% do total. O gerente da pesquisa, Antonio Tadeu de Oliveira, admitiu que o número, se comparado com outros países, é pequeno. "Mas podemos notar que, na pesquisa anterior, realizada em 2000, detectamos que apenas 451 municípios realizavam coleta seletiva", disse.
Economia."O poder público e a sociedade têm de se conscientizar que o produto reciclado é bom para a economia como um todo", emendou Rêgo. "As pessoas se sentem bem quando põem o lixo para fora de casa, mas não pensam no que esses resíduos mal aproveitados podem causar para o meio ambiente e os custos disso. Lixo é insumo, é energia."
Outra preocupação trazida pela pesquisa foi o que as cidades fazem com os resíduos hospitalares. Quatro em cada dez cidades brasileiras despejam esses resíduos em lixões. A Região Nordeste é a que menos faz o controle, destinando 70% do lixo hospitalar para vazadouros. A Região Sul é a que mais se preocupa, destinando 64% dos resíduos para aterros sob controle.

Fonte: Portal do Meio Ambiente 

domingo, 22 de agosto de 2010

“lixo hospitalar ou resíduo séptico”,

Na literatura, encontra-se definição de lixo: “tudo o que não presta e se joga fora. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor”. O resíduo é definido: “aquilo que resta de qualquer substância, resto (FERREIRA et al. 1995: BRASIL 2006)”. O resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é aquele resultante de atividades exercidas nos serviços definidos no artigo 1º da RDC ANVISA Nº. 306/04, que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final (BRASIL 2004). Essas definições mostram a relatividade da característica inservível do lixo, pois para quem o descarta, pode não ter mais serventia, mas para outros, pode ser a matéria-prima de um novo produto ou processo. Por isso, há necessidade de se refletir o conceito clássico e desatualizado de lixo.
A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento de resíduos um processo importante na preservação da qualidade da saúde e do meio ambiente. A questão ambiental, mais especificamente, a educação em saúde ambiental, tem o papel de determinar e avaliar os problemas ambientais de modo integrado, interdisciplinar e global, sem considerar a existência de fronteiras políticas. As ações para a resolução desses problemas devem ser implementadas a partir do micro ambiente (casa, rua, bairro). A questão ambiental esta relacionada à produção de lixo/resíduo. Quando falamos em lixo pensamos em material que não presta e que se despreza, é inútil e com sujidade. Tratando-se do ambiente hospitalar, acreditamos que todo o lixo produzido é contaminado.
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado “lixo hospitalar ou resíduo séptico”, sempre se constituiu um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares. O desenvolvimento e a falta de informações, mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares sobre o assunte que faz com que, m muitos casos, o resíduos seja ignorado, ou recebam um tratamento com excesso de cuidado, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares.
A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente à diversidade de atividades que se desenvolvem dentro destas empresas. Não raro lhe são atribuídas à culpa por casos de infecção hospitalar e outros males.
Lixo hospitalar representa perigo à saúde e meio ambiente, Hospitais e clinicas produzem lixo que pode estar infectado ou contaminado. Podem também se desfazer de drogas e remédios que podem se tornar perigosos, se tomados por pessoas erradas. Alem disso, os hospitais produzem uma enorme quantidade de lixo comum, que é descartado da mesma maneira que o domestico.
Se os mesmo não receberem manejo adequado, os dejetos gerados por serviços de saúde e clínicas veterinárias, necrotérios, representam um grande perigo, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente. O Brasil gera cerca de 150 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Estima-se que a geração de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) represente de 1% a 3% deste volume (entre 1,49t e 4,47e).
O mais grave, no entanto, porem não em tanto volume, é o Lixo Hospitalar Doméstico. Este tipo de resíduo hospitalar, muitas vezes é ignorado e tem sua importância subestimada pelos usuários domésticos, que podem ser formados por curiosos (que se dizem profissional de saúde) algumas empresas de home care, (que não providenciam descarte adequado deste material), cuidadores e profissionais de saúde desatualizados sem respaldo legal ou supervisão profissional adequada. Estes resíduos podem ser: ataduras, gazes, fitas adesivas para curativos, curativos em geral, seringas e agulhas, lâminas de bisturi, restos e frascos de medicamentos, demais resíduos que podem ser considerados como hospitalares e até mesmo fraldas e outras descartáveis utilizados em pacientes mantidos em casa com home care ou cuidador treinado.
Por muitas vezes, coletores do lixo hospitalar, catadores de aterros sanitários se feriram com objetos perfurocortantes e nunca souberam do que se tratava, sendo comum encontrarem, seringas e agulhas em “lixo Doméstico”, que na verdade deveria ser considerado como Lixo Hospitalar Doméstico, ou encontrando até mesmo em Lixo Hospitalar, sendo mal acondicionado por funcionários dos próprios hospitais. Isto significado então, que este lixo é simplesmente descartado como lixo comum. O que é um perigo para a Saúde Publica. Um inimigo invisível e silencioso.
Sem perigo – Se os resíduos são depositados de acordo com e norma estabelecida pela Anvisa, não há riscos para o meio ambiente (com contaminação do solo, de águas superficiais e profundas) ou para a população (em decorrência da ingestão de alimentos ou água contaminada).
Classificação do lixo
  • Resíduos sólidos: Resíduos em estado sólido ou semi-sólidos e líquidos cujas particulares tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos.
  • Resíduos do grupo A (apresenta risco devido á presença de agentes biológicos):
  • Sangue hemoderivados
  • Excreções, secreções e líquidos orgânicos.
  • Meios de cultura
  • Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas.
  • Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas
  • Resíduos advindos de área de isolamento
  • Resíduos alimentares de área de isolamento
  • Resíduos de laboratório de analise clinicas
  • Resíduos de laboratórios de atendimento ambiental
  • Resíduos de sanitários de unidade de internação
  • Objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.
Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos, branco leitoso e resistente com simbologia de substâncias infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados.
Os perfurocortantes deverão ser acondicionados em recipientes rígidos, estanques, vedados e identificados com a simbologia de substancia infectante.
Os resíduos sólidos do grupo A não poderão se reciclados.
Os restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais.
Especiais
Radioativos compostos por materiais diversos, expostos à radiação: resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados: e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, restos de preparo de alimentos.
Racional
Lixo apresenta risco potencial à saúde e ao meio ambiente, devido à presença de material biológico, químico, radioativo, perfurocortantes. O tratamento adequado previne infecções cruzadas, proporciona conforto e segurança à clientela a equipe de trabalho, bem como mantém o ambiente limpo e agradável.
Autor: Eulálio Sobreira

Fonte:CENED

sábado, 21 de agosto de 2010

10 motivos para recusar sacolinhas

No Ano Internacional da Biodiversidade e com a COP10 – Convenção de Diversidade Biológica prestes a acontecer, no Japão, em outubro, o tema se tornou o centro das atenções do mundo. Muito merecido, afinal, a biodiversidade envolve todos os seres vivos que habitam o nosso planeta – incluindo os seres humanos – e, num sistema interdependente como o nosso, o desaparecimento de uma espécie afeta a vida das demais.

Entre as várias atitudes que podemos tomar para preservar essa riqueza biológica da qual tanto dependemos, está a redução do uso de sacolas plásticas em nosso dia-a-dia. Aproveite para registrar, no site do Planeta Sustentável, as sacolinhas que você recusa diariamente!

Eis aqui dez motivos para você defender essa causa.

1. Os plásticos convencionais levam cerca de 400 anos para se decompor. Segundo um levantamento do Ministério do Meio Ambiente, de 2009, cada família brasileira descarta cerca de 40kg de plásticos por ano e mais de 80% dos plásticos são utilizados apenas 1 vez.

2. Por serem leves, os sacos plásticos voam com o vento para diversos locais e acabam poluindo não apenas as cidades, mas também nossos biomas, as florestas, rios, lagos e oceanos.

3. A sopa de lixo que flutua pelo oceano Pacífico contém mais de 100 milhões de toneladas, sendo que 90% são constituídos de detritos de plástico. Desse total, 80% vêm do continente.

4. Nos oceanos, as sacolas plásticas se arrebentam em pedaços menores e se tornam parte da cadeia alimentar de animais marinhos dos mais variados tamanhos. Ao ingerirmos esses animais, engolimos também resíduos de plástico que fazem mal à nossa saúde.

5. A ingestão de pedaços de sacolas plásticas já é uma das principais causas da mortes de tartarugas, que confundem o plástico com comida e têm seu aparelho digestivo obstruído. Estima-se, ainda, que em torno de 100 mil mamíferos e pássaros morram sufocados por ano por ingerirem sacos plásticos. Na Índia, cerca de 100 vacas morrem por dia por comerem sacolas plásticas misturadas a restos de alimentos.

6. Nas cidades, as sacolas descartadas de maneira incorreta entopem bueiros, provocando enchentes, que causam a morte de pessoas e animais domésticos, destroem plantas e árvores e até contribuem para que os peixes nadem para fora do leito de rios e morram.

7. Jogadas em um canto qualquer da cidade, as sacolinhas podem acumular água parada e permitir a proliferação do mosquito da dengue.

8. O plástico já é o segundo material mais comum no lixo municipal.Quando os aterros chegam à sua capacidade máxima, é preciso abrir outras áreas – que poderiam ser utilizadas para plantio de vegetação nativa, por exemplo - para o depósito de resíduos.

9. O material orgânico depositado em sacos plásticos demora mais para ser degradado e decomposto em nutrientes e minerais, que serão utilizados em outros processos biológicos.

10. Com a decomposição lenta dos resíduos orgânicos aprisionados nas sacolas plásticas, produz-se mais metano e CO2, que são liberados quando a sacola é rasgada e contribuem para a aceleração do aquecimento global.

Convencido? Então, sempre recusar uma sacolinha no supermercado, na farmácia, na padaria e onde mais te oferecerem uma, registre no Contador de Sacolas Descartáveis Recusadas, do Planeta Sustentável! Já são quase 2 milhões de sacolinhas evitadas. A biodiversidade agradece!

Especialistas consultados:Prof. José Sabino, doutor em Ecologia pela Unicamp.
Fernanda Daltro, coord. técnica da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente.

Fonte: Planeta Sustentável

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lista de Espécies da Flora do Brasil está disponível para acesso pela internet

A Lista de Espécies da Flora do Brasil está disponível para acesso pela internet, com informações sobre mais de 40 mil espécies da flora brasileira, divididas em angiospermas, algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e 3,6 mil fungos. A lista é resultado do trabalho de cerca de 400 taxonomistas de instituições de pesquisa brasileiros e está inserida nas metas da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), que compreende, entre seus compromissos, a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC). A GSPC tem o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local para impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas.
Das 16 metas estabelecidas pela GSPC, a primeira é a elaboração de uma “lista funcional amplamente acessível das espécies conhecidas de plantas de cada país, como um passo para a elaboração de uma lista completa da flora mundial”.
A elaboração da lista foi coordenada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em parceria com o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). O sistema de informação foi desenvolvido pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).
A intenção é que a lista seja atualizada periodicamente para incluir novas espécies e mudanças taxonômicas.
A estimativa dos organizadores é que a lista seja transformada em livro para ser lançado no 61º Congresso Nacional de Botânica, que ocorrerá de 5 a 10 de setembro, em Manaus.

A nova regulamentação para resíduos sólidos

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305/10, é mais um importante instrumento para a preservação do meio ambiente, ou, ao menos, para minimizar os impactos causados pelos resíduos oriundos dos mais variados produtos e respectivos meios de produção.
É importante salientar que, por ora, a lei não é autoaplicável em razão da falta de regulamentação por decreto, cujo texto deverá ser elaborado, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 90 dias contados a partir de 2 de agosto, quando a norma foi sancionada.
Assim que regulamentada, esta lei será aplicada em consonância com as normas do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária), do SUASA (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária) e do SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), bem como com as leis 11.445/07 (saneamento básico), 9.974/00 (embalagens e agrotóxicos) e 9.966/00 (poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas lançadas em águas sob jurisdição nacional), conforme prevê seu artigo 2º.
Vale destacar que esta nova lei federal já vem causando certa preocupação a alguns segmentos empresariais. Por desconhecerem as dimensões de suas exigências, alguns empresários questionam se, na prática, as metas e objetivos poderão ser integralmente alcançados, e se eventuais autuações e respectivas multas poderão ser evitadas, além de já serem levantadas hipóteses de inconstitucionalidade da norma.
Segundo a Constituição Federal, em seu art. 170, inciso VI, a livre iniciativa, ligada às funções e atividades empresariais, deverá respeitar e seguir os princípios voltados à defesa do meio ambiente, levando-se em conta, como principal fator, a extensão do impacto ambiental.
Além deste importante dispositivo, o artigo 225 da Constituição Federal, que trata especificamente sobre o meio ambiente, impõe ao Poder Público e à coletividade (particular) o dever de defesa e preservação do meio ambiente, acabando, assim, por dificultar o acatamento de arguições de inconstitucionalidade acerca desta nova lei.
Cumpre destacar que uma das principais atribuições trazidas pela lei é a “logística reversa”, a saber, “um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada” (v. inc.XII, art. 3º). De fato, a logística reversa é uma das principais preocupações do setor empresarial.
Buscando exemplificar a viabilidade da aplicação da logística reversa, cujos procedimentos são semelhantes aos das “unidades receptoras de resíduos”, criadas pela Lei da Política Estadual dos Resíduos Sólidos (nº 12.300/06, do Governo de São Paulo, vale mencionar a iniciativa da empresa multinacional Motorola, que instituiu um programa denominado “Ecomoto”.
Este programa é uma ação ambiental mundial, em que a empresa coleta, recupera e recicla baterias, aparelhos celulares, rádios bidirecionais e acessórios, além de pequenos dispositivos eletrônicos. Ou seja, a empresa Motorola, por exemplo, vislumbrando a necessidade de salvaguardar o meio ambiente e adaptar suas atividades e processos às diretrizes ambientais que vêm sendo progressiva e globalmente adotadas, implementou esta medida pioneira, merecedora de destaque quando o assunto é preservação e sustentabilidade.
Portanto, a “logística reversa”, prevista na Lei Federal n. 12.305/10, acaba por ser tida como aceitável e, aparentemente, aplicável, tanto sob o aspecto empresarial quanto sob a análise constitucional, restando claro então seu nobre objetivo de prevenir e recuperar danos e prejuízos, com a necessidade de integração entre União, Estados, Municípios e particulares, somando-se investimentos e esforços para a satisfação e conservação de um bem maior, que é o meio ambiente.

Victor Penitente Trevizan*
Fonte: Portal do Meio Ambiente 

PNSB 2008: Abastecimento de água chega a 99,4% dos municípios, coleta de lixo a 100%, e rede de esgoto a 55,2%

Entre 2000 e 2008, o percentual de municípios brasileiros que tinham rede geral de abastecimento de água em pelo menos um distrito aumentou de 97,9% para 99,4%; o manejo dos resíduos sólidos (que inclui coleta e destinação final do lixo e limpeza pública) passou a existir em todos os municípios em 2008, frente a 99,4% deles em 2000;e os serviços de manejo de águas pluviais (drenagem urbana), que existiam em 78,6% dos municípios em 2000, chegaram a 94,5% em 2008. Nesses oito anos, o único serviço de saneamento que não chegou próximo à totalidade de municípios foi a coleta de esgoto por rede geral, que estava presente em 52,2% dos municípios em 2000 e passou a 55,2% em 2008. Entretanto, nos municípios em que o serviço existia, houve, no mesmo período, um aumento dos que registraram ampliação ou melhoria no sistema de esgotamento, de 58% para 79,9% do total, e dos domicílios atendidos, de 33,5% para 44%. Em 2008, 68,8% do esgoto coletado era tratado – percentual bastante superior aos 35,3% de 2000, embora menos de um terço dos municípios (28,5%) fizessem o tratamento, com acentuadas diferenças regionais nesse percentual, que alcançou 78,4% dos municípios no estado de São Paulo e 1,4% no Maranhão.
Em oito anos, o percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto caiu de 72,3% para 50,8%, enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3% para 27,7%. Ao mesmo tempo, o número de programas de coleta seletiva dobrou, passando de 451 em 2000 para 994 em 2008, concentrando-se, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter coleta seletiva em todos os distritos. Esses são alguns dos destaques da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008, que investiga os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e manejo de resíduos sólidos, tendo como fonte de informação as entidades formais (com CNPJ) prestadoras desses serviços em todos os municípios brasileiros. Essas entidades englobam órgãos públicos ou privados, tais como autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos, empresas privadas, fundações, associações etc. A pesquisa foi realizada em convênio com o Ministério das Cidades e contou com a participação de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de técnicos especialistas da área.
De acordo com a PNSB 2008, em somente 17% dos municípios as prefeituras realizavam o abastecimento de água de forma exclusiva, ficando a prestação desse serviço, em maior medida, com outras entidades (58,2%) ou de forma combinada (24,7%). A situação se invertia quando se tratava do serviço de coleta de esgoto: em 55,6 % dos municípios, as prefeituras executavam o serviço de forma exclusiva, e 41,6% tinham a execução sob a responsabilidade de outras entidades. O manejo de águas pluviais era executado quase que exclusivamente pelas prefeituras municipais (98,6%). No manejo dos resíduos sólidos a maior parte das prefeituras se incumbia exclusivamente da prestação dos serviços (59,1%), enquanto em 31,2% delas a forma de execução compreendia outras entidades.
Quanto à existência de instrumentos legais reguladores dos serviços de saneamento básico, constatou-se que o abastecimento de água era regulado em 32,5% dos municípios, o esgotamento sanitário, em 18,4%, e o manejo de águas pluviais, em 18%.
ÁGUA: 99,4% dos municípios brasileiros têm rede de abastecimento de água
Em 2008, 5.531 (99,4%) dos 5.564 municípios brasileiros tinham abastecimento de água por rede geral, mesmo que apenas em parte do município. Entre 1989 e 2008 a cobertura desse serviço cresceu 3,5%, sendo que o maior avanço foi na região Norte (de 86,9% para 98,4% dos municípios). Desde 2000, o Sudeste é a única região com todos os municípios abastecidos por rede geral de água em pelo menos um distrito.
Em 33 municípios distribuídos em nove estados não havia rede geral de abastecimento de água, afetando cerca de 320 mil pessoas. Essa situação vem diminuindo sistematicamente no país: em 1989, eram 180 municípios sem rede de água, e em 2000, 116. Dos 33 municípios sem rede de água em 2008, 21 se localizavam na região Nordeste, com destaque para os estados da Paraíba (11 municípios) e Piauí (5), e 7 estavam na região Norte, com destaque para o estado de Rondônia (4 municípios).
Além desses 33 municípios sem rede geral de abastecimento de água em nenhum distrito, outras 794 cidades tinham ao menos um distrito em que também não havia rede, somando 827 municípios (14,9% do total) em que a água era fornecida por formas alternativas, como carros-pipas e poços particulares. O Nordeste tinha o maior percentual de municípios com outras formas de abastecimento (30,1%), sendo que os maiores percentuais entre os estados estavam no Piauí (58,3%), Ceará (35,9%) e Maranhão (30,4%).
6,6% dos municípios fornecem água sem tratamento
Em 2008, a maior parte dos municípios (87,2%) distribuía a água totalmente tratada. Em 6,2% dos municípios a água distribuída era apenas parcialmente tratada e em 6,6% a água não tinha nenhum tratamento. Em 2000, os municípios onde não se realizava nenhum tipo de tratamento na água representavam 18,1% do total. A região com maior percentual de municípios distribuindo água sem nenhum tratamento em 2008 era a Norte (20,8%), onde Pará (40%) e Amazonas (38,7%) tinham os maiores percentuais. Em seguida vinha o Nordeste (7,9%), com destaque para Piauí (24,3%) e Maranhão (21,8%).
Dos municípios que forneciam água sem tratamento, 99,7% tinham população de até 50 mil habitantes e densidade demográfica menor que 80 mil habitantes por quilômetro quadrado. A fluoretação da água para prevenção da cárie dental era realizada em 3.351 municípios (60,6% do total).
Em 1.296 municípios (23,4%) ocorreu racionamento de água em 2008, e as regiões com maior ocorrência foram Nordeste (40,5%) e Norte (24,9%). No Nordeste chama a atenção o conjunto de municípios em Pernambuco (77,3%), Ceará (48,9%) e Rio Grande do Norte (46,7%); no Norte, os de Amazonas (43,5) e Pará (41,4%). Os motivos mais apontados pelos municípios eram seca/estiagem (50,5%), insuficiência de água no manancial (39,7%), deficiência na produção (34,5%) e deficiência na distribuição (29,2%).
Menos de um terço dos municípios têm leis para proteção de mananciais
Em 1.749 municípios havia legislação municipal sobre proteção de mananciais (fontes de água utilizadas para abastecimento) em 2008. Dentre os 3.141 municípios (56,4% do total) que efetuam captação superficial de água, 83,2% informaram alguma proteção: isolamento com cerca (85,7%), preservação da vegetação (54,3%) e a proibição de despejos (44,6%). Menos da metade (45,1%) dos municípios brasileiros tinham legislação que exigia aprovação e implantação de sistema de abastecimento de água para loteamentos novos.
Domicílios atendidos por rede de água aumentam 30,8% entre 2000 e 2008
O número de domicílios abastecidos por rede geral de água cresceu 30,8%, de 34,6 milhões, em 2000, para 45,3 milhões, em 2008, segundo a PNSB. O maior crescimento foi no Nordeste (39,2%) e no Centro-Oeste (39,1%), e o menor no Norte (23,1%).
Os 5.531 municípios do país com abastecimento de água por rede geral tinham mais de 40 milhões de ligações das quais 84,2% contavam com medidores. Nos últimos oito anos, cresceu 30,8% no país o uso de hidrômetros, com destaque para o Norte (54,2%) e Centro-Oeste (53,1%). Os menores crescimentos foram no Sudeste (28,9%) e Nordeste (38,8%). No Sudeste, o baixo crescimento deveu-se aos avanços já obtidos: a região tem 92,5% das ligações de água com medidores.
Em 2008, em 94% dos municípios beneficiados por rede geral de distribuição, havia cobrança pelo serviço de abastecimento de água. A região Sul apresentava o menor percentual de municípios que não faziam cobrança (0,7%) e a Norte, o maior (13,6%).
ESGOTAMENTO SANITÁRIO: Coleta de esgoto estava presente em 55,2% dos municípios
A PNSB 2008 indica que 55,2% dos municípios brasileiros tinham serviço de esgotamento sanitário por rede coletora, três pontos percentuais acima do índice verificado em 2000 (52,2%). Os melhores desempenhos foram encontrados nos estados de São Paulo (apenas 1 dos 645 municípios não tinha o serviço) e Espírito Santo (2 de 78 sem coleta de esgoto). A principal solução alternativa adotada pelos municípios que não possuíam rede de coleta de esgoto sanitário, foi a construção de fossas sépticas, que aumentou 7,4% em relação ao levantamento de 2000.
Apenas o Sudeste registrava percentual elevado de municípios com rede coletora de esgoto em 2008 (95,1%). Nas outras quatro regiões, menos da metade dos municípios tinham o serviço: Nordeste (45,7%), Sul (39,7%), Centro-Oeste (28,3%) e Norte (13,4%). Apenas oito unidades da federação possuíam mais da metade dos municípios com rede geral coletora, sendo os casos extremos São Paulo (99,8%) e Piauí (4,5%).
Entre 2000 e 2008, o avanço no percentual de municípios com rede coletora de esgoto foi considerável no Norte (de 7,1% em 2000 para 13,4% em 2008) e no Centro-Oeste (de 17,9% para 28,3%). Já nas regiões com maior número de municípios, as melhoras foram pouco significativas: Sudeste (de 92,9% em 2000 para 95,1% em 2008) e Sul (de 38,9% para 39,7%). No Nordeste, houve pouca variação no registro dos municípios cobertos pelo serviço (de 42,9% em 2000 para 45,7% em 2008).
A presença de rede geral coletora de esgoto era mais elevada nos municípios de maior população. Todos aqueles com mais de 500 mil habitantes possuíam esse serviço, que também estava presente em mais de 90% dos municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. Com cobertura abaixo da média nacional estavam apenas os municípios com menos de 50 mil habitantes.
No conjunto do país, entre os municípios que possuíam o serviço, o número de domicílios com acesso à rede geral de esgotamento sanitário teve um avanço de 39,5% no período. As maiores altas foram registradas no Nordeste (64,7%) e no Norte (89,9%). O percentual de domicílios com acesso à rede geral de esgoto passou de 33,5% em 2000 para 44% em 2008. Apenas no Sudeste mais da metade dos domicílios (69,8%) tinham acesso à rede geral, seguido do Centro-Oeste (33,7%), Sul (30,2%), Nordeste (22,4%) e Norte (3,8%). As únicas unidades da federação com mais da metade dos domicílios atendidos eram Distrito Federal (86,3%), São Paulo (82,1%), e Minas Gerais (68,9%). Rio de Janeiro (49,2%) e Paraná (46,3%) ficavam próximos da marca de 50% e se situavam acima da média nacional (44%). Os demais estados tinham menos de um terço dos domicílios atendidos, ficando Amapá (3,5%), Pará (1,7%) e Rondônia (1,6%) com as menores coberturas.
Em 2008, 79,9% dos municípios ampliaram ou melhoraram o sistema de esgotamento
De 2000 para 2008 aumentou o percentual de municípios com serviço de coleta de esgoto sanitário que realizaram ampliações ou melhorias no sistema ou em parte(s) dele. Em 2008, 79,9% deles estavam ampliando ou melhorando o serviço, contra 58% em 2000. O avanço ocorreu em quase todas as regiões, com destaques para o Centro-Oeste, cuja taxa de melhorias ou ampliações passou de 50% dos municípios em 2000 para 78% em 2008; e para o Nordeste, de 47,6% para 73,1%. A exceção foi o Norte, cujo percentual de ampliações e melhorias se reduziu (de 53,1% para 48,3%). Os maiores percentuais foram encontrados no Sudeste (85,4%), Centro-Oeste (78%) e Sul (77,5%). Em 2008 a ampliação ou melhoria do sistema deu-se principalmente na rede coletora (88%) e nas ligações prediais (78,6%).
Menos de 1/3 dos municípios fazem tratamento de esgoto
Apenas 28,5% dos municípios brasileiros com esgotamento por rede geral fazia tratamento de esgoto (pelo menos um distrito do município tratava o esgoto coletado, mesmo que parte dele). Entre as regiões, o Sudeste liderava (48,4%), seguido do Centro-Oeste (25,3%), Sul (24,1%), Nordeste (19%) e Norte (7,6%). Com exceção do Distrito Federal, em apenas três unidades da federação mais da metade dos municípios tratavam seu esgoto: São Paulo (78,4%), Espírito Santo (69,2%) e Rio de Janeiro (58,7%). Os menores percentuais foram registrados em Sergipe (9,3%); Amazonas (4,8%); Pará (4,2%); Rondônia (3,8%); Piauí (2,2%) e Maranhão (1,4%).
Apesar de menos de um terço dos municípios terem tratamento de esgoto, o volume tratado representava 68,8% do total coletado no país. Houve melhora considerável frente a 2000 e 1989, quando o percentual de tratamento era, respectivamente, de 35,3% e 19,9%. E em grandes produtores como são os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, o percentual de esgoto tratado foi superior a 90%.
RESÍDUOS SÓLIDOS: “Lixões” ainda são destino final em metade dos municípios
Os vazadouros a céu aberto, conhecidos como “lixões”, ainda são o destino final dos resíduos sólidos em 50,8% dos municípios brasileiros, mas esse quadro teve uma mudança significativa nos últimos 20 anos: em 1989, eles representavam o destino final de resíduos sólidos em 88,2% dos municípios. As regiões Nordeste (89,3%) e Norte (85,5%) registraram as maiores proporções de municípios que destinavam seus resíduos aos lixões, enquanto as regiões Sul (15,8%) e Sudeste (18,7%) apresentaram os menores percentuais. Paralelamente, houve uma expansão no destino dos resíduos para os aterros sanitários, solução mais adequada, que passou de 17,3% dos municípios, em 2000, para 27,7%, em 2008.
Em todo o país, aproximadamente 26,8% dos municípios que possuíam serviço de manejo de resíduos sólidos sabiam da presença de catadores nas unidades de disposição final de resíduos sólidos. A maior quantidade estava nas regiões Centro-Oeste e Nordeste: 46% e 43%, respectivamente. Destacavam-se os municípios do Mato Grosso do Sul (57,7% sabiam da existência de catadores) e de Goiás (52,8%), na região Centro-Oeste, e, na região Nordeste, os municípios de Pernambuco (67%), Alagoas (64%) e Ceará (60%).
Número de programas de coleta seletiva aumentou de 58 para 994 em 20 anos
Os programas de coleta seletiva de resíduos sólidos aumentaram de 58 identificados em 1989 para 451 em 2000 e alcançando o patamar de 994 em 2008. O avanço se deu, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter programas de coleta seletiva que cobriam todo o município.
Os municípios com serviço de coleta seletiva separavam, prioritariamente, papel e/ou papelão, plástico, vidro e metal (materiais ferrosos e não ferrosos), sendo que os principais compradores desses materiais eram os comerciantes de recicláveis (53,9%), as indústrias recicladoras (19,4%), entidades beneficentes (12,1%) e outras entidades (18,3%).
ÁGUAS PLUVIAIS: Ocupação desordenada é uma das principais causas de erosão urbana
A erosão (destruição e arrastamento do solo pela chuva) no perímetro urbano afetava, em 2008, 27,3% dos municípios brasileiros que faziam manejo de águas pluviais (5.256 no total). Entre os principais fatores indicados como causas desse problema, estavam as condições geológicas e morfológicas (47,8%) e as ocupações intensas e desordenadas do solo (46,4%).
Dos municípios que informaram ter manejo de águas pluviais, 48,7% declararam não ter tido problemas com inundações nos últimos cinco anos, nem pontos de estrangulamento no sistema de drenagem. Já 27,4% informaram condição exatamente oposta; deles, 60,7% disseram haver ocupação urbana em áreas inundáveis naturalmente por cursos d’água e 48,1% informaram que havia áreas urbanas irregulares em baixios naturalmente inundáveis. A ocupação irregular era o principal fator agravante de inundações e alagamentos nas regiões Norte (50%) e Nordeste (45,8%) e dividia a mesma percentagem (35,5%) com a obstrução de bueiros e vias na região Centro-Oeste. No Sul e no Sudeste, a situação se invertia, e a obstrução era o principal fator (54,5% e 50,3%, respectivamente).
Um em cada três municípios tem áreas de risco urbanas que demandam drenagem especial
Um grupo de 1.933 municípios (34,7% do total) relatou ter, em seu perímetro urbano, áreas de risco que demandam drenagem especial. Os municípios declararam que as áreas sem infraestrutura de drenagem (62,6%) e as áreas de baixios (depressões) sujeitas a inundações e/ou proliferação de transmissores de doenças (56,8%) eram os tipos mais encontrados e suscetíveis a riscos no perímetro urbano. No Sudeste, percentual significativo (56%) era atribuído às áreas em taludes (planos inclinados que limitam aterros) e encostas sujeitas a deslizamentos, configuração geomorfológica peculiar aos estados desta região.

Fonte : IBGE

Lua está murchando como uma maçã velha

Nasa diz que diâmetro do satélite da Terra já diminuiu 100 m por causa de resfriamento

A Lua encolheu como uma maçã velha, revelam imagens da Nasa (agência espacial americana), que explica esta contração pelo resfriamento interno do único satélite natural da Terra.

Segundo Thomas Watters, do Museu Nacional do Ar e do Espaço e principal autor do trabalho, a foto ao lado, publicada nesta quinta-feira (19) na revista americana Science, mostra mudanças na superfície da Lua que não tinham sido detectadas anteriormente, indicando que a circunferência do satélite "diminuiu cerca de 100m em um curto período de tempo".

As conclusões foram tiradas graças às fotografias registradas pelas poderosas objetivas posicionadas a bordo da Sonda de Reconhecimento Lunar (LRO), um instrumento espacial que a Nasa colocou na órbita da Lua em junho de 2009.

As fotografias revelam a existência de "escarpas lobuladas" (ondulações) no solo da Lua. Essas formações ficam principalmente nas regiões lunares de média altitude, em volta de todo o satélite. A contração e o "enrugamento" da superfície lunar seriam, assim, consequências do resfriamento do interior da Lua.

Esses traços geológicos já haviam sido fotografados próximos ao equador da Lua por câmeras panorâmicas durante as missões Apollo 15, 16 e 17, no início dos anos 70. Mas 14 novas dessas ondulações apareceram nas imagens de alta definição da LRO, explicou Watters.

- Um dos aspectos mais impressionantes dessas ondulações lunares é o fato de que elas parecem relativamente recentes. Elas surgiram na superfície lunar provavelmente por causa do resfriamento interno da lua.

Segundo Mark Robinson, do Instituto da Terra e da Exploração Espacial da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, coautor dessa pesquisa e principal cientista responsável pelas câmeras da LRO,"as imagens de ultra-alta definição fornecidas pelas câmeras de ângulo estreito a bordo do LRO vão revolucionar nossa percepção sobre a Lua".

Fonte: Portal R7

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Instituto Rã-bugio em Defesa da Mata Atlântica

Cerrado vai sumir em 2030, indica ONG

Queimadas, crescimento e expansão da fronteira agrícola são os motivos
Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes está bastante alterada, podendo não mais servir à conservação da biodiversidade. Só esse número já revela tamanho o poder do homem sobre a natureza nesse último século. Responsável pela expansão da fronteira agrícola, pelas queimadas e pelo crescimento não planejado das áreas urbanas estamos vivendo um reflexo do que desmatamos no passado.
Estudos da ONG ambientalista Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que o cerrado deverá desaparecer até 2030. Informações apontam ainda que a taxa anual de desmatamento no bioma é alarmante, chegando a 1,5%, ou 3 milhões de ha/ano. Entre as regiões mais afetadas da degradação está Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, no Triângulo Mineiro e no oeste da Bahia.
Esses dados contemplam um resultado do estudo feito a partir de imagens satélites, uma parceria da CI-Brasil com a ONG Oréades. “O cerrado perde 2,6 campos de futebol por minuto de sua cobertura vegetal. Essa taxa de desmatamento é dez vezes maior que a da Mata Atlântica, que é de um campo a cada 4 minutos”, explica Ricardo Machado, diretor da CI-Brasil.
Segundo ele muitos líderes e tomadores de decisão defendem, equivocadamente, o desmatamento do cerrado só porque não é coberto por densas florestas tropicais, como a Mata Atlântica ou a Amazônia. “Essa posição ignora o fato de o bioma abrigar a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco”, completa o estudioso.
Nos problemas pautados, o principal deles é o desmatamento no cerrado, como a degradação de rios importantes como o São Francisco e o Tocantins, e a destruição de hábitat que compromete a sobrevivência de milhares de espécies, que só ocorrem ali e em nenhum outro lugar do Planeta, como o papagaio-galego (Amazona xanthops) e a raposa-do-campo (Dusicyon vetulus).
Junto com a biodiversidade estão desaparecendo ainda as possibilidades de uso sustentável de muitos recursos, como plantas medicinais e espécies frutíferas que são abundantes no cerrado. De acordo com o gerente do programa do Cerrado da Conservação Internacional Brasil e coautor do estudo, especialistas ainda mapearam os principais remanescentes desse bioma, analisando a situação de sua cobertura vegetal.
“Esses dados serão incorporados à nossa estratégia de conservação para o bioma, que está baseada na implementação de corredores de biodiversidade”. Seis corredores de biodiversidade em regiões do Cerrado já estão sendo implantados: Emas-Taquari, Araguaia, Paranã, Jalapão, Uruçuí-Mirador e Espinhaço. O IBAMA, a SEMARH - Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás, a Universidade de Brasília e ONGs locais estão entre os parceiros da CI-Brasil nesses corredores.
Especialistas informaram que para frear a destruição do Cerrado os investimentos do Governo Federal na próxima safra agrícola devem incluir ações de conservação, especialmente na proteção de mananciais hídricos, na recuperação de áreas degradadas e na manutenção de unidades de conservação.
Para o tutor do Portal Educação, biólogo Carlos Lehn, é preciso investir na manutenção de áreas. “Precisamos urgentemente de uma política séria voltada para a preservação do cerrado. Trata-se do segundo maior bioma da América do Sul e que reúne um grande número de espécies endêmicas da flora do Brasil”, explica.
Fonte: Portal Educação

A poluição sonora e o meio ambiente do trabalho

O assunto a ser comentado relaciona-se ao meio ambiente artificial, ou seja, degradações efetuadas pela transformação do homem.
Sem sombra de dúvidas a atividade humana é uma fonte inegostável de ruídos e sons, surgindo o mal invisível chamado de poluição sonora.
A poluição sonora é um mal que acomete a todos, propagada pela emissão de ruídos indesejáveis de forma continuada, desrespeitando os níveis legais, conforme os delimitados pelas Resoluções do CONAMA, que em determinado período de tempo ameaça à saúde humana e o bem-estar da coletividade.
Vivemos em um mundo globalizado onde o cotidiano é extremamente estressante, sendo o SILÊNCIO um direito do cidadão.
Diversos locais apresentam o referido problema, contudo, o assunto trazido à baila irá se relacionar ao meio ambiente do trabalho.
Conforme vários estudos já efetuados no ambiente de trabalho, chegou-se a conclusão de que atividades com longa duração e que necessitam de muita atenção do trabalhador, geralmente ultrapassam níveis acima de 90 decibéis, o que afeta de forma considerável a produtividade.
Embora o ruído seja um dos agentes mais comuns em qualquer local de trabalho, e apesar de existirem medidas eficazes no seu controle, ainda existem poucas empresas adotando medidas para combater a perda auditiva.
Esforços devem ser realizados na criação de um ambiente sadio, conforme preconiza a Constituição Federal nos artigos. 1.º e 6.º, que fazem relevância a dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho e a saúde e o trabalho como fator primordial para a vida humana.
Ao se buscar a proteção integral relacionada à saúde do trabalhador, conforme a prevista na carta Magna, estamos de acordo com as concepções efetuadas pela Organização Mundial de Saúde, na qual o termo saúde é tratado sob a ótica de bem-estar físico, mental e social, e não somente relacionado à enfermidades.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também capitula problemas relacionados com a poluição sonora, obrigando as empresas a efetuarem o fornecimento de equipamentos de proteção individual, conforme art. 166. Já o art. 200 delega ao Ministério do Trabalho disposições complementares sobre a peculiaridade do respectivo assunto.
Sobre o assunto também existem normas técnicas de medicina e segurança do trabalho, como as estabelecidas na NR-9 relacionada aos riscos ambientais e a NR-15 que aborda as atividades e operações insalubres.
A poluição sonora no ambiente de trabalho vai além da propagação de ruídos, provocando diversas doenças como: úlcera, enxaquecas, distúrbios do sono, estresse, impotência, esterilidade, perda da capacidade auditiva, surdez, doença dos rins e do fígado, dores de cabeça, alergias, distúrbios digestivos, falta de concentração, aumento de batimento cardíaco, vertigens, perturbações gastrintestinais, falta de resistência a doenças infecciosas, perda de concentração e de reflexos, irritação permanente, insegurança quanto à eficiência dos atos e embaraço nas conversações.
O problema relacionado à poluição sonora é bastante grave e cresce assustadoramente em todos os locais de trabalho, não possuindo hora específica, propagando-se a qualquer momento sem pedir licença.
Para amenizarmos as situações é necessário metodologias de cooperação e comprometimento entre patrões, empregados e Poder Público, pois a respectiva questão também está relacionada à saúde pública.
Conclui-se que não adianta nos preocuparmos em demasia com o trabalho e os avanços capitalistas, se perdermos o bem mais precioso que é a audição e consequentemente as atribuições que a mesma efetua na nossa vida.

Gislaine Barbosa de Toledo
Fonte: Portal do Meio Ambiente

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Reflexão sobre Educação Ambiental



A forma de conceber a existência no Planeta Terra com a compreensão de que os nossos atos afetam o Planeta diferentemente do que antes considerávamos como impossível.
Em nossa finita inocência ou ignorância pensamos que tudo era possível usufruir no Planeta Terra  sem questionarmos a sua capacidade de criação e recriação.
Da Mãe Terra poderíamos requerer tudo: nosso alimento, nosso abrigo e ao mesmo tempo  torná-la depósito dos nossos descartáveis. Em algum momento fomos acordados desse torpor e da inconsciência de nossos atos.
O Planeta reclama e a Natureza devolve com as mudanças climáticas, o aquecimento global, o desaparecimento de espécies da fauna e da flora, a fome e a miséria entre os povos ao redor do mundo.
A Educação Ambiental surgiu como uma linguagem que nos força a entender a caminhada da Humanidade e a sua cultura de utilização irresponsável dos recursos naturais.
A compreensão do papel do Ser Humano de se colocar no mesmo patamar da Natureza, sentir-se parte indissociável ao ponto de saber-se e compreender-se atingido pelos processos de destruição e contudo continuar usufruindo da condição de vivente adotando novo comportamento é um grande desafio do processo educativo que se encontra voltado para as questões ambientais.
É preciso mudar em atitudes e comportamentos do menor ao maior gesto, transformados ou não em Leis, Regulamentos,  Cartas de Compromissos, mas que sejam assumidos pelos homens e mulheres que vislumbrem vida e abundância para os seres que virão.

Autora: Maria de Lourdes C. S. Cantarelli
Fonte: CENED 

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